Dois distritos de Delhi, capital da Índia, darão início a um programa de Geração Zero de Resíduos. Os objetivos são segregar os resíduos para reciclagem na fonte e minimizar a quantidade de lixo despejado em aterros sanitários.
Membros da administração do Distrito Sul de Delhi propuseram a adoção do sistema utilizado na cidade indiana de Pune, no qual ocorre a separação, descarte e compostagem nos domicílios e bairros. Em 2012, uma delegação do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) participou do Seminário Estratégico Global de Catadores que aconteceu em Pune. O evento reuniu catadores da América Latina, África e Ásia para debater os diferentes modelos de inclusão produtiva dos catadores na gestão municipal de resíduos. “Essas iniciativas são muito válidas, pois vemos o que é realizado em outros países e divulgamos o que fazemos no Brasil. Existe um intercâmbio importante que fortalece a categoria e melhora o nosso trabalho. Na Índia, eles são organizados em sindicato e a categoria é formada, em sua maioria, por mulheres, com mais de 2.500 catadores sindicalizados”, conta Eduardo Ferreira de Paula, do MNCR.
Porta a porta
O novo modelo indiano também conta com o apoio de empresas. Mais de quinze companhias mostraram interesse em participar do projeto nos Distritos Sul e Leste de Delhi. “No Geração Zero de Resíduos, os catadores serão treinados para segregar os diferentes tipos de materiais e haverá coleta seletiva porta a porta”, explica Manish Gupta, da administração do Distrito Sul de Delhi. “A ideia é que os catadores recebam os recursos obtidos com a venda dos recicláveis.”
O lixo seco, como papel e plástico, será enviado para uma usina de reciclagem centralizada. Os resíduos úmidos como cascas de frutas e legumes serão destinados a usinas locais de compostagem, enquanto os outros materiais orgânicos irão para usinas de biogás. Os demais resíduos serão direcionados para os aterros sanitários. A coleta seletiva porta a porta será paga pelos moradores dos distritos. “O projeto irá ainda reduzir as despesas com o transporte dos resíduos até os aterros. Vamos economizar em combustível e veículos mobilizados para essa atividade, diminuindo a presença de grandes caminhões de lixo nas estradas”, destaca Gupta.
Segundo Maria Madalena Rodrigues Duarte Lima, do MNCR, que também esteve na delegação que visitou a Índia, houve muito interesse pela experiência brasileira durante o encontro. “As catadoras que conhecemos tinham grande expectativa em torno da implementação de políticas públicas semelhantes às brasileiras.” A julgar pelos novos projetos, a Índia avança nesse sentido.
Também na Tunísia
Representantes do MNCR estiveram, de 24 a 31 de março, em Túnis, capital da Tunísia, para participar do Fórum Social Mundial que reuniu integrantes de organizações e movimentos sociais de diversos países. “Nós, catadores, tivemos a oportunidade de falar sobre nossa organização no Brasil, o sistema de economia solidária, a inclusão social, a questão ambiental, enfim, sobre os avanços que temos alcançado no país”, detalha Eduardo Ferreira de Paula. “Em Túnis, os catadores não são organizados, existe uma agência que faz a interlocução entre os ferros-velhos (que são mais reconhecidos que os catadores) e o governo. Para venderem os materiais recolhidos, os catadores têm de passar por essa agência, ou seja, é uma lógica que precisa ser invertida.”
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Com cerca de 300 mil habitantes, Petrolina, em Pernambuco, vem se beneficiando do crescimento da fruticultura.
Foto: Roseanne Albuquerque
Quando teve início a coleta seletiva na cidade?
A coleta seletiva começou em meados de 2012/2013. No início, algumas empresas auxiliavam as duas cooperativas de catadores parceiras do projeto, Renascer e Coomarca, entregando material já separado. Em janeiro deste ano, demos um passo adiante, com um projeto-piloto no bairro de Areia Branca, resultado de um Termo de Ajustamento de Conduta entre a Prefeitura Municipal e o Ministério Público de Pernambuco. Com essa iniciativa dando certo, a ideia é expandi-la para outros bairros.
Quais foram os conceitos que guiaram essa decisão?
A coleta pode ser vista, sobretudo, por dois vetores importantes. Um é o de adequação ao Programa Nacional de Resíduos Sólidos, instituído pela Lei 12.305/2010, através do qual se prevê o desenvolvimento sustentável. Outro é a geração de emprego e renda, por meio das cooperativas envolvidas que contam com cerca de 50 catadores.
Qual a cobertura atual da coleta?
O bairro de Areia Branca tem 2.776 domicílios. A coleta atende à totalidade das residências do bairro que é um dos mais tradicionais e movimentados do município, além de ser zona turística.
A Prefeitura conta com parceiros nessa atividade?
Sim. Os parceiros são a ong Ecovale, que coordena as duas cooperativas, a Secretaria de Infraestrutura, a Secretaria de Educação, a Agência do Meio Ambiente, o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) e a Construtora Venâncio.
Existem Pontos de Entrega Voluntária?
Sim. No bairro de Areia Branca há 5 PEVs. A novidade diz respeito à coleta de óleo de cozinha. Também estão sendo recolhidos restos de frutas, verduras e alimentos.
Foto: Gilson Pereira
Qual o destino desses materiais?
O que é orgânico vai para compostagem na Central de Tratamento de Resíduos (CTR). O óleo de cozinha é comercializado para uma empresa paraibana que trabalha com a produção de sabão. Outra parte é armazenada para a produção de sabão no município, desenvolvida após a realização de oficinas e cursos pela Ecovale. O restante do material é vendido para recicladoras em outros municípios.
Petrolina possui aterro sanitário próprio?
Sim. Em funcionamento desde o final de 2013, o aterro está instalado a cerca de 20 quilômetros do centro da cidade. O equipamento - coordenado pela CTR - recebe, em média, 250 toneladas de lixo por dia e cumpre todas as regras estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Antes de chegar ao aterro, o lixo domiciliar é entregue à CTR para separação dos recicláveis. Há que se destacar ainda a construção de uma Usina de Biomassas que vai receber toda a biomassa vegetal residual de Petrolina como restos de coco, cana-de-açúcar e poda, entre outros.
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Com uma estrutura de quase 550 lojas em 215 municípios, além das vendas virtuais, o Walmart conta com mais de 75,5 mil funcionários e, em 2013, alcançou faturamento de R$ 28,5 bilhões, atendendo, em média, 1 milhão de pessoas por dia.
Em meio a números tão superlativos, a rede assumiu um compromisso fundamental com o desenvolvimento sustentável ao lançar, em 2009, o “Pacto pela Sustentabilidade”, assinado por 20 companhias brasileiras e multinacionais. Em cinco anos, a iniciativa se expandiu e alcançou mais de 160 empresas que reportaram seu desempenho com relação aos temas Amazônia, Compras Responsáveis e Gestão de Resíduos.
Os dados revelam, por exemplo, que 24% das empresas obtiveram redução de embalagens em mais de metade do portfólio vendido ao Walmart. Idealizado logo após o Pacto, o programa “Sustentabilidade de Ponta a Ponta” reuniu 29 empresas em suas três edições - em 2010, 2011 e 2013. Entre seus benefícios, estão o aumento de eficiência e redução de impactos ambientais na cadeia produtiva de mais de 40 produtos.
A partir deste ano, o programa “Sustentabilidade de Ponta a Ponta” passa a ser gerenciado e executado pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do ITAL, órgão ligado ao governo do estado de São Paulo. “Com o Cetea como executor do programa, apoiado pelo Walmart, abrimos espaço para que o programa se torne perene e mais empresas, inclusive não fornecedores, possam participar”, explica Tatiana Trevisan, gerente de Sustentabilidade do Walmart Brasil.
“Monitorar riscos, incentivar a melhoria contínua, propor novas soluções e levar desenvolvimento por meio dos negócios tornaram-se uma atribuição essencial para companhias do porte do Walmart.” Guilherme Loureiro, CEO e presidente do Walmart Brasil
“Estamos na fase de definição dos produtos da quarta edição e de reuniões de análise crítica para seleção das ações que serão implementadas pelas empresas. Como nas edições anteriores, cada companhia define um grupo interno para desenvolvimento de seu projeto que é acompanhado por um pesquisador do Cetea”, detalha Eloisa Garcia, gerente dos Grupos de Embalagens Plásticas e de Meio Ambiente do órgão. “O Cetea também fornece consultoria às empresas para a quantificação das melhorias e atua como auditor das ações que serão apresentadas ao final da edição do programa que irá se encerrar no dia 30 de junho do próximo ano.” A divulgação dos resultados está prevista para julho de 2016.
Práticas inovadoras de maior destaque
No balanço de cinco anos do “Pacto pela Sustentabilidade”, o Walmart reconheceu iniciativas de doze empresas que apresentaram soluções eficientes para gerenciar seus impactos socioambientais, com replicabilidade para o mercado. Entre elas, cinco são associadas do Cempre:
Bunge
A Bunge tem um programa de monitoramento de fornecedores focado em 100% de cumprimento da política corporativa de compras. O descumprimento de qualquer etapa resulta no bloqueio automático do cadastro, além de sanções como a suspensão de contratos. A companhia possui metas de diminuição do número de produtores bloqueados e, desde 2010, esse percentual vem caindo substancialmente, atingindo 70% de redução.
Cargill
A Cargill e a The Nature Conservancy (TNC) criaram, em 2004, o projeto “Soja Mais Sustentável” que visa garantir o cumprimento do Código Florestal Brasileiro, na região oeste do Pará, pelos fornecedores de produtos agrícolas. O desmatamento ilegal chegou a praticamente zero nas quase 400 propriedades que fazem parte do projeto. Hoje, 100% de produtores de soja na região estão incluídos no Cadastro Ambiental Rural e são avaliados periodicamente.
HP
Desde 2006, a companhia busca realizar a reinserção de matérias-primas recicladas em novos produtos. Impressoras e computadores, suprimentos de impressão (cartuchos e toners), baterias e embalagens da HP após o fim do ciclo de vida podem ser encaminhados à empresa pelo cliente. O processo de reciclagem de seus cartuchos é o único no setor a utilizar plásticos reciclados na produção de novos cartuchos. Entre 1987 e 2012, foram coletadas 500 mil toneladas pela companhia.
P&G
Preocupada em oferecer aos seus consumidores um desempenho superior em limpeza, reduzindo o impacto sobre a natureza, a P&G foi a primeira a eliminar o fosfato de suas fórmulas, em 2007. Atualmente, 100% dos seus produtos estão livres do componente, incluindo Ace e Ariel. O eixo de detergentes está entre os dez maiores negócios da P&G no país.
Unilever
Promoveu o lançamento de produtos de lavanderia concentrados — medida iniciada com o amaciante Comfort, no programa sustentabilidade de Ponta a Ponta, e depois levada aos produtos Omo, Fofo e Surf. No caso do primeiro, a economia no uso de água de enxágue alcança 68%. Também há benefícios diretos na redução da emissão de gases de efeito estufa, com embalagens que permitem um transporte mais eficiente.
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A Colgate-Palmolive está prestes a comemorar 210 anos do início de sua história, quando William Colgate abriu, em 1806, seu negócio de sabonetes e velas na cidade de Nova York. A empresa soube acompanhar as enormes mudanças que aconteceram nos hábitos e comportamentos desde então, desenvolvendo produtos inovadores que fazem parte do dia a dia de milhões de pessoas em todo o mundo.
Com marcas para higiene bucal, higiene pessoal, limpeza do lar e nutrição animal, a Colgate-Palmolive está presente em cerca de 200 países, com mais de 37 mil funcionários. Instalada no Brasil há 88 anos, a empresa possui uma estrutura de EOHS (Environment and Occupational Heath and Safety) que atua de forma integrada nas áreas de meio ambiente, saúde ocupacional e segurança, com metas corporativas claras, tendo a sustentabilidade como uma de suas prioridades para apoiar o sucesso e o crescimento da companhia.
Por meio de seus programas na área ambiental, a empresa vem obtendo melhorias expressivas no que se refere ao consumo de água e energia e à geração e destinação de resíduos. Especificamente em relação aos resíduos sólidos, a Colgate-Palmolive participa desde 2006 do projeto “Dê a mão para o futuro”, da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), que está em linha com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, ao contemplar questões ambientais, de responsabilidade compartilhada e inclusão social de catadores.
Recentemente, a empresa tornou-se a mais nova associada do Cempre. “Pretendemos receber suporte do Cempre para que a Colgate Palmolive possa atingir níveis ainda melhores de performance socioambiental através do processo de reciclagem, garantindo o correto tratamento de resíduos e antecipando-se na adoção de medidas alinhadas aos novos requerimentos legais”, explica Daniel Braidatto, diretor da Unidade de Personal Care — Jaguaré.
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P = prensado L = limpo *preço da tonelada em real
Estes preços de venda dos recicláveis são praticados por programas de coleta seletiva, sendo a informação de sua inteira responsabilidade. Atenção programas de coleta seletiva e cooperativas: para providenciarmos a publicação dos preços recicláveis, solicitamos o envio de cotações até o dia 15 de cada mês ímpar do ano (janeiro, março, maio, julho, setembro, novembro).
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